Foguete Sul-Coreano HANBIT-Nano: Novo Lançamento Comercial do Brasil Sofre Mais Um Adiamento
O esperado lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que marca a primeira tentativa de lançamento comercial a partir do Brasil, foi novamente cancelado. Programado inicialmente para esta sexta-feira, 19 de outubro, o evento foi adiado pela terceira vez, conforme anunciado em um comunicado conjunto da Força Aérea Brasileira (FAB), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Innospace, empresa responsável pela operação.
A razão para o adiamento reside na necessidade de uma inspeção técnica aprofundada. A validação do funcionamento de uma válvula crucial para o abastecimento de metano líquido no segundo estágio do foguete foi considerada insatisfatória. Os representantes das autoridades brasileiras e da empresa sul-coreana ainda não definiram uma nova data para o lançamento.
Ajustes e Instruções
Este adiamento não é um caso isolado. Na véspera do lançamento original em 21 de novembro, a missão já havia sido reprogramada devido a ajustes necessários no veículo. Em dezembro, uma nova tentativa foi frustrada ao se identificar uma “anomalia no dispositivo de resfriamento” do primeiro estágio durante a inspeção final.
Após a troca dos componentes problemáticos, a data foi fixada para o dia 19 de outubro. O cronograma previa um lançamento às 15h34, mas o horário foi alterado para as 17h por conta do tempo nublado em Alcântara. Uma nova mudança, desta vez para às 21h, foi decretada devido a um problema com o fornecimento de energia elétrica na área de lançamento. Com isso, o que era esperado como um momento histórico para o programa espacial brasileiro continua em espera.
O Que Vem a Seguir?
Embora a janela de lançamento tenha sido estendida até 22 de dezembro de 2026, a incerteza persiste. Caso o foguete não seja lançado até lá, um novo cronograma será estabelecido, levando em conta as condições climáticas favoráveis e a colaboração contínua entre a Innospace, a FAB e a AEB.
Características do HANBIT-Nano
No centro desta operação está o foguete HANBIT-Nano, que se destaca por sua capacidade de atingir a atmosfera em apenas três minutos. Com um comprimento de 21,9 metros e um peso de cerca de 20 toneladas — o equivalente a quatro elefantes africanos — o foguete é uma demonstração da crescente ambição espacial do Brasil.
Banido em 2019, a operação Spaceward pretende levar ao espaço cinco satélites e três dispositivos auxiliares, com foco em pesquisas em diversas áreas por instituições do Brasil e da Índia. Estes esforços visam avanços na comunicação, análise ambiental e estudos solares, reforçando a importância do lançamento para a ciência.
Com a missão marcada para ser vista a olho nu por habitantes de Alcântara e São Luís, a expectativa é que este primeiro passo no espaço represente um marco significativo não apenas para o Brasil, mas para o futuro da indústria espacial global.
Implicações do Lançamento
A bem-sucedida execução da missão Spaceward poderia colocar o Brasil em uma posição sólida no mercado global de lançamentos espaciais. Embora detalhes acerca das compensações financeiras que a Innospace pagou ao governo brasileiro não tenham sido divulgadas, a AEB confirmou que um acordo de prestação de serviços foi formalizado, sem a expectativa de lucro imediato.
Através desse projeto, a abertura da base de Alcântara ao mercado de lançamentos comerciais só foi viabilizada após a assinatura de um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre Brasil e Estados Unidos, que permite a utilização de tecnologia norte-americana para lançamentos a partir do nosso território. De acordo com Marco Antonio Chamon, presidente da AEB, essa mudança de protocolo simplifica significativamente o processo de autorização.
Projeções Futuras para o Programa Espacial Brasileiro
A operação com o HANBIT-Nano simboliza um novo capítulo na história do Programa Espacial Brasileiro. A melhoria nas tecnologias espaciais e o potencial para atrair investimentos estrangeiros posicionam o Brasil como um player relevante no cenário internacional do setor. Com a base de Alcântara localizada em uma região privilegiada para lançamentos — próxima à linha do Equador, que proporciona maior eficiência energética — o país está se preparando para se tornar um hub de lançamentos espaciais.
Em suma, embora o futuro do HANBIT-Nano e da missão Spaceward permaneça incerto por conta dos adiamentos, a continuidade do programa e a cooperação internacional oferecem uma perspectiva promissora. O mundo aguarda ansiosamente o desenrolar desta nova era no espaço para o Brasil.

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