Enel Lobby: Acompanhando a Luta pela Renovação do Contrato com a Câmara

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Enel Lobby: Acompanhando a Luta pela Renovação do Contrato com a Câmara

Enel Envia Comunicado a Deputados em Meio a Crise de Energia em São Paulo

A Enel, concessionária de energia elétrica da capital paulista, enviou uma comunicação urgente aos 94 deputados estaduais, como parte de sua estratégia para evitar a perda de contrato ao enfrentar a crítica situação energética em São Paulo. A mensagem foi enviada no dia 17 de dezembro, em resposta a um anuncio recente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que declarou a intenção de romper o contrato com a empresa, devido a problemas recorrentes de apagão na cidade.

No e-mail intitulado "Esclarecimentos da Enel sobre Eventos Climáticos em São Paulo", a empresa expressa seu compromisso de contratar 1.600 novos profissionais até 2027 e investe na proposta de aterrar cabos de energia, uma medida que promete melhorar a infraestrutura elétrica da cidade. A decisão de enviar essa mensagem à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) parece ser uma tentativa de reforçar a transparência da empresa em um momento crítico.

Esse movimento ocorre em meio à crise desencadeada por um apagão que afetou mais de 2 milhões de residências na capital, no último dia 10 de dezembro. O evento levou o ministro Silveira a se reunir com o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas, onde discutiram a possibilidade de rescisão do contrato da Enel devido à ineficiência nas operações.

Num ofício enviado ao ministério, a Enel destacou que emitiu mais de 15 mil laudos sobre o risco de queda de árvores, alertando para a necessidade de intervenções. No entanto, de acordo com a empresa, apenas 74 dessas árvores foram efetivamente cortadas. A responsabilidade pelo manejo das árvores que podem interferir na rede elétrica é da Enel, enquanto a Prefeitura é encarregada das demais.

A relação entre a Enel e a gestão municipal tem sido marcada por trocas de acusações, onde cada parte se responsabiliza pelos problemas que emergem. A Prefeitura, por exemplo, alega que a empresa não realizou as podas adequadas, afirmando que somente 11% do trabalho foi executado, dado contestado pela concessionária, que diz ter cumprido cerca de 230 mil dos 282 mil cortes previstos.

Um detalhe relevante trazido pelo ofício da Enel é que dos 145 casos de quedas de árvores registrados durante o evento climático do dia 10, 62 árvores estavam do lado oposto da rua em relação à rede elétrica. Essa informação foi destacado, apontando que a ocorrência de quedas não necessariamente se deve à falta de cuidados da concessionária.

No entanto, a Secretaria Municipal das Subprefeituras rebateu, afirmando que os laudos apresentados não atendem aos padrões técnicos exigidos. Durante uma reunião, a concessão teria reconhecido que eram necessárias apenas 25 remoções.

Em uma análise das quedas de árvores, a Prefeitura revelou que das 438 ocorrências registradas naquele dia, somente 3 estavam listadas pela Enel como um risco iminente. Essa discrepância levanta questões sobre a eficácia das avaliações realizadas pela concessionária.

Voltando ao contexto histórico, a Alesp implementou em 1996 um plano de desestatização que incluiu a Eletropaulo, a antiga empresa de energia da região. A privatização foi concretizada em 1999, sendo que a Enel assumiu o controle da concessão em 2018, mas não sem sua parcela de controvérsias.

A empresa já enfrentou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2023, justamente devido à quantidade de interrupções de energia, numa das sessões da comissão, ocorreram falhas de energia durante o depoimento do presidente da Enel. A CPI evidenciou falhas na administração da concessionária, incluindo a redução do quadro de funcionários e a falta de manutenção.

Deputados relataram que esses problemas estruturais têm contribuído para que eventos climáticos, previsíveis com antecedência, levem a crises prolongadas. Thiago Auricchio, que presidiu a CPI da Enel, destacou que é imperativo analisar os novos investimentos da empresa sob a perspectiva dos resultados entregues à população, que continua a enfrentar apagões frequentes e dificuldades na recuperação do fornecimento de energia.

A crise energética em São Paulo continua a ser um tema sensível, evidenciando a necessidade de um debate mais profundo sobre a eficácia dos serviços prestados pela Enel à população. Com a continuidade das reclamações e problemas, a urgência de soluções se torna ainda mais evidente.

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