Decisão polêmica: Hugo Motta revoga proteção a deputada do PSOL após tensões no Congresso

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Decisão polêmica: Hugo Motta revoga proteção a deputada do PSOL após tensões no Congresso

Câmara dos Deputados Suspende Escolta de Talíria Petrone em Meio a Controvérsias

Na última segunda-feira, a Câmara dos Deputados decidiu suspender a escolta da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) por um período de seis meses. A medida gerou polêmica, especialmente após um histórico de ameaças feitas à parlamentar, classificadas por ela como motivadas por retaliação política.

A escolha do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de retirar a proteção se deu sem aviso, mesmo com inquéritos ativos da Polícia Federal e da Polícia Civil que investigam ameaças de morte dirigidas à deputada. Talíria expressou sua indignação com a decisão, alegando que a falta de comunicação e justificativa adequada sobre a segurança da parlamentar e de seus dois filhos foi negligente.

"Não recebi qualquer aviso formal ou esclarecimentos sobre a retirada. Isso ocorreu logo após eu ter criticado abertamente a condução de Motta em assuntos do plenário e questionado diversas pautas políticas", afirmou Talíria. Em um discurso contundente realizado pouco antes da decisão, ela já havia manifestado sua insatisfação com ações do presidente.

A deputada, que desempenhou um papel crucial na defesa de seu colega Glauber Braga (PSOL-RJ) contra tentativas de cassação, também se posicionou contra o "PL da Dosimetria", que altera penas para condenados por atos golpistas, uma questão que repercute na atual estrutura política do Brasil.

Sem a proteção oficial, Talíria sentiu a necessidade de contratar uma escolta privada às suas custas para retornar ao Rio de Janeiro, onde participaria de um ato em defesa da democracia e contra o que ela considera ataques ao Congresso. "Eles estão minimizando o risco à minha segurança. Se o principal suspeito das ameaças está preso, isso não elimina a possibilidade de novos ataques", ressaltou.

As razões apontadas para a suspensão da escolta incluem um documento alegando que Talíria havia se exposto a situações de risco em sua rotina, como usar serviços de transporte por aplicativo e frequentar eventos noturnos. "Isso é um absurdo. Tenho uma vida normal e não posso deixar de fazer atividades corriqueiras", protestou a deputada.

O histórico de ameaças contra Talíria não é novo. Durante seu primeiro mandato, ela enfrentou um inquérito após denúncias de que grupos milicianos a tinham como alvo. Essa situação a obrigou a deixar o Rio de Janeiro com seus filhos durante um período de vulnerabilidade extrema. "Fiquei fora do meu estado em plena pandemia com uma criança pequena. É inaceitável que minha segurança seja subestimada agora", desabafou.

Além disso, a deputada questiona a disparidade na proteção de autoridades em situações parecidas. "Outros parlamentares em contextos de risco mantêm suas escoltas, enquanto minha proteção foi retirada sem qualquer justificativa sólida. Quais critérios estão sendo utilizados?", indagou.

Após a suspensão do serviço de escolta, Talíria relatou que Hugo Motta, em contato no sábado (13), expressou sua disposição para discutir a situação com as autoridades competentes. A deputada reiterou a gravidade de ser exposta ao risco sem proteção. O semblante do presidente da Câmara indica que a medida não é definitiva; ele se disse aberto a reavaliar a decisão, caso novas informações o justifiquem.

No que diz respeito ao ato formal que retirou a escolta, essa decisão foi baseada em um despacho assinado por Hugo Motta. O documento, que segue a diretriz do Ato da Mesa nº 213/2025, estabelece que a proteção pessoal deve ser revisitada periodicamente e pode ser mantida ou restabelecida se as situações que a justificavam permanecerem válidas. As análises feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, conforme o despacho, apontam a "inexistência de fundamentos" que sustente a proteção da deputada.

Com essa crise de segurança em destaque, a situação de Talíria Petrone gera discussões mais amplas sobre a segurança de parlamentares e o ambiente político no Brasil. As constantes ameaças práticas, além de ataques virtuais, revelam uma cultura de violência e a necessidade urgente de medidas que garantam a proteção de todos os representantes eleitos.

O cenário atual coloca em xeque não apenas a saúde da democracia, mas também a segurança de suas figuras públicas. A esperança de Talíria é que sua situação possa, de fato, ser revista e que bares e festas, embora parte da vida cotidiana, não se tornem justificativas para a desproteção de quem se dedica ao serviço público em prol de suas comunidades. Enquanto isso, a luta dela continua, em busca não apenas de sua segurança, mas de um ambiente donde todos possam exercer seus direitos sem temor.

A complexidade dessa situação e as implicações dela derivadas devem ser acompanhadas de perto, já que envolvem não apenas Talíria, mas o panorama político atual e a saúde das instituições democráticas brasileiras. A insistente e reiterada necessidade de debates sobre segurança e proteção de figuras públicas, especialmente em tempos polarizados, faz-se mais premente do que nunca.

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