Avaliação do Governo Lula em Relação ao de Bolsonaro Aponta Polarização no Eleitorado Brasileiro
Uma pesquisa recente realizada pelo PoderData revelou que 39% dos brasileiros avaliam a gestão atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como inferior à de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Em contrapartida, 38% acreditam que o governo Lula é melhor. Uma parcela de 22% dos entrevistados considera que não há diferença significativa entre as duas administrações, enquanto 1% declarou não saber.
O estudo, que comparou a avaliação da atual gestão com a do ex-presidente, mostrou uma leve recuperação na aprovação de Lula em relação a dados anteriores. Em maio, 45% dos entrevistados opinavam que o governo Lula era pior, enquanto apenas 30% o viam de maneira positiva. Notavelmente, a percepção de que a administração atual é considerada inferior à anterior se mantém predominante desde o fim de 2024.
Dinâmicas Regionais e Demográficas
Os resultados da pesquisa apontam uma nítida divisão geográfica na percepção do governo Lula. No Nordeste, a popularidade do presidente é mais forte, onde muitos consideram sua administração superior, ao passo que no Sul e, especialmente, no Centro-Oeste, as críticas são mais contundentes.
Considerações por Gênero
Dentro da análise por gênero, os dados sugerem um panorama diferenciado. Entre os homens, 41% consideram o governo Lula pior que o de Bolsonaro, porém, entre as mulheres, essa percepção é um pouco menos negativa, com apenas 37% concordando. Além disso, 40% das mulheres acreditam que a gestão atual é melhor.
Avaliação por Idade
Um exame das diferentes faixas etárias também revela tendências marcantes. A juventude, entre 16 e 24 anos, demonstra uma aprovação mais acentuada ao governo Lula, com 54% dos jovens considerando sua gestão superior. Em contrapartida, a faixa etária de 25 a 44 anos apresenta a maior rejeição ao governo atual, onde 45% o classificam como pior em comparação ao anterior.
Análise Regional
Na divisão regional, o Sudeste tende a ver a gestão Lula como mais favorável, embora com um número elevado de pessoas crendo que ambas as administrações são semelhantes. No entanto, em áreas como o Sul e o Centro-Oeste, o descontentamento é significativo. No Centro-Oeste, 54% dos entrevistados consideram o governo Lula pior, enquanto no Sul essa taxa é de 49%. O Norte também se mostra crítico, com 45% expressando uma visão negativa.
No Nordeste, 45% dos entrevistados acreditam que a gestão Lula é superior, destacando-se como uma região que historicamente favorece a administração petista.
Impacto da Escolaridade e Renda
A análise por nível de escolaridade evidencia que aqueles com ensino fundamental tendem a ter uma visão mais positiva do governo atual, com 43% o considerando melhor. Em contrapartida, o eleitorado com ensino médio oferece a avaliação mais negativa, com 45% achando a gestão Lula inferior. Entre os que possuem ensino superior, a aprovação é dividida, com 37% considerando que a administração Lula é melhor.
A situação econômica dos entrevistados também traz nuances importantes. Entre os desempregados e aqueles que ganham até dois salários mínimos, a avaliação se mostra mais equilibrada, com um leve desvio para uma visão negativa. Entretanto, nas faixas de renda superiores, o sentimento de comparação entre as administrações se inverte, com muitos considerando-as semelhantes.
Metodologia da Pesquisa
Para a realização deste estudo, o PoderData entrevistou 2.500 pessoas por telefone entre os dias 13 e 15 de dezembro de 2025, com margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.
Conclusão
As profundas divisões na percepção do governo Lula revelam um eleitorado polarizado, onde a mudança de opiniões está fortemente influenciada por fatores regionais, demográficos e socioeconômicos. A instabilidade da opinião pública em relação à administração atual pode refletir tanto a insatisfação com as políticas implementadas quanto a permanência de legados da administração anterior. À medida que o governo avança, será crucial para Lula e sua equipe entender e abordar essas divergências para manter ou aumentar sua base de apoio.

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