Mercados em Foco: Confira as Últimas Cotações do Dólar e da Bolsa nesta Sexta-feira!

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Mercado Financeiro: Dólar em Alta Moderada Enquanto a Política Nacional Agita os Investidores

Na manhã desta segunda-feira (22), o dólar iniciou o dia em leve alta, registrando um aumento de 0,10% e alcançando R$ 5,5365. Entre os fatores que influenciam o comportamento da moeda estão as expectativas do mercado em relação a novos desenvolvimentos políticos.

Às 9h08, a moeda norte-americana caminhava para uma nova oscilação. Nas negociações da última sexta-feira (19), o dólar havia se valorizado em 0,1%, fechando a R$ 5,529. Em meio a isso, a Bolsa de Valores também apresentou performance positiva, com uma alta de 0,34%, atingindo 158.473 pontos.

Investidores estão atentos a um evento importante: a ação da Polícia Federal que resultou em busca e apreensão no escritório de dois deputados federais do Partido Liberal (PL) do Rio de Janeiro, Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy. A operação está aprofundando investigações relacionadas a desvios de recursos públicos, especificamente o uso inadequado de cotas parlamentares.

Em um local associado a Cavalcante, líder do PL na Câmara, foram descobertos cerca de R$ 430 mil em espécie, o que agrava ainda mais a situação. A atuação da Polícia Federal indica uma intensificação na fiscalização de práticas de corrupção e malversação de recursos públicos.

Cavalcante, que também desempenhou um papel fundamental na elaboração de um projeto de lei conhecido como Dosimetria—que altera as penalidades para pessoas condenadas por crimes relacionados aos tumultos de 8 de janeiro—está sob os holofotes. Esta legislação já passou pelo Senado e aguarda a sanção do presidente Lula (PT), que já sinalizou sua intenção de vetá-la, afirmando que "as pessoas que cometeram crimes contra a democracia terão que responder por suas ações".

O contexto dessa operação se desenrola em um período crítico, em que o mercado financeiro já apresenta uma sensitividade em relação às próximas eleições. Há especulações de que as investigações possam enfraquecer movimentos que buscam anistia ou redução de penas para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Essa é uma estratégia que muitos viam como uma tática de negociação por parte do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho mais velho do ex-presidente.

Em pesquisa recente da Bloomberg/AtlasIntel, Flávio aparece com 21,3% de apoio popular, enquanto Tarcísio de Freitas, nome por trás do apoio da elite financeira conhecida como Faria Lima, recebe 15%. O presidente Lula lidera com 47,9%, o que torna a corrida eleitoral ainda mais intrigante.

À medida que a incerteza política aumenta, as expectativas sobre Flávio Bolsonaro se mantêm indefinidas. O mercado, por sua vez, tem reavaliado as chamadas "posições Tarcísio Trade", ou seja, operações que apostavam em uma eventual vitória do governador de São Paulo e sua prometida agenda econômica mais austera. Tal agenda, geralmente, seria vista como benéfica para o controle da inflação e para a taxa Selic, atualmente fixada em 15%.

Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos, ressalta: "A condução fiscal do futuro governo é mais relevante para o mercado do que o nome do candidato eleito. Neste momento, o ambiente é influenciado pelo aumento das despesas públicas, o que pode manter a Selic em patamares elevados e afetar a dinâmica inflacionária."

A baixa confiança no lado político que poderia oferecer um plano fiscal mais rígido resulta em uma avaliação negativa por parte dos investidores. Essa divisão dentro da oposição ao governo de Lula gera incertezas, potencialmente prejudicando as expectativas do mercado.

No cenário externo, o dólar se mantém forte em comparação a diversas outras moedas, especialmente após o Banco do Japão aumentar suas taxas de juros, mesmo sem adições significativas de previsões futuras. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra seis outras moedas fortes, subiu 0,27%, alcançando 98,72 pontos.

Enquanto isso, no mercado de câmbio, operadores continuam a revelar detalhes sobre dois leilões de linha realizados pelo Banco Central, totalizando US$ 2 bilhões. Este tipo de leilão envolve um compromisso de recompra, e os efeitos de tais operações serão sentidos a partir do dia 23 de dezembro.

Essas intervenções visam atender a uma demanda crescente por dólares neste final de ano, época em que empresas frequentemente realizam remessas ao exterior, especialmente para pagar dividendos. Este ano, nota-se uma antecipação por parte de multinacionais que desejam evitar o recente aumento da alíquota de Imposto de Renda de 10%, que começará a valer em janeiro, além da nova taxa sobre dividendos recebidos acima de R$ 50 mil mensais.

Para concluir, o panorama atual reflete uma interseção significativa entre as esferas política e econômica, onde cada movimento é meticulosamente monitorado. Investidores aguardam ansiosos por desdobramentos que podem impactar a condução futura da política fiscal e sua influência sobre o mercado financeiro em geral.

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